O Citi elevou sua projeção para os preços do café arábica, estimando que a commodity possa atingir US$ 4,20 por libra-peso nos próximos três meses, ou seja, até o início de agosto de 2025. A revisão reflete preocupações crescentes com a oferta global, especialmente diante das condições climáticas adversas no Vietnã e no Brasil, dois dos principais produtores mundiais de café.
De acordo com relatório divulgado nesta semana, o banco norte-americano destacou que a seca persistente no Vietnã, maior produtor de café robusta, está afetando significativamente a produção local. A escassez hídrica, agravada pelo fenômeno climático El Niño, tem reduzido o volume de colheita e pressionado os estoques globais. Como consequência, o preço do café robusta disparou, o que também impulsiona os preços do arábica, uma vez que os consumidores buscam alternativas.
No Brasil, segundo maior produtor de café arábica, as condições climáticas também têm gerado incertezas. Embora a colheita de 2025 esteja em andamento, há relatos de chuvas irregulares e temperaturas elevadas em importantes regiões produtoras, como Minas Gerais e Espírito Santo. Esses fatores podem comprometer tanto a qualidade quanto o volume da safra atual, o que contribui para o cenário de alta nos preços.
O Citi também observou que os estoques certificados pela ICE (Intercontinental Exchange) continuam em níveis historicamente baixos, o que reforça a tendência de valorização da commodity. A combinação de oferta restrita e demanda resiliente tem sustentado o movimento de alta nos mercados futuros, com os contratos de café arábica já operando acima de US$ 2,30 por libra-peso nas últimas sessões.
Além disso, o banco revisou suas projeções de preço para o café arábica em seis e doze meses. Para o horizonte de seis meses, ou seja, até o início de novembro de 2025, a estimativa foi elevada para US$ 3,50 por libra-peso. Já para o período de doze meses, até maio de 2026, a previsão é de US$ 3,00 por libra-peso. Essas revisões indicam que, embora o pico de preços possa ocorrer nos próximos três meses, o mercado ainda deve permanecer aquecido ao longo do ano.
O relatório do Citi ressalta que o mercado de café está particularmente sensível a choques de oferta neste momento, e que qualquer nova adversidade climática pode levar a novas revisões para cima nos preços. O banco recomenda atenção redobrada dos investidores e participantes do setor às condições meteorológicas nas principais regiões produtoras.