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O preço do ouro ultrapassou pela primeira vez na história a marca de US$ 3.500 por onça nesta terça-feira, 22 de abril de 2025, impulsionado por crescentes preocupações com a política monetária do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos e pela busca dos investidores por ativos considerados seguros em meio à instabilidade econômica global.

Na sessão de hoje, os contratos futuros do ouro com vencimento em junho negociados na Comex, divisão de metais da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), atingiram a máxima histórica de US$ 3.503,20 por onça, antes de recuar levemente para US$ 3.497,80 ainda assim, um avanço de 1,2% no dia. O movimento dá continuidade a uma tendência de valorização que já vinha se intensificando desde o início de 2024, mas que ganhou força nas últimas semanas.

Analistas de mercado atribuem o rali do ouro a uma combinação de fatores, entre eles a expectativa de que o Fed mantenha os juros elevados por mais tempo do que o inicialmente previsto. A inflação persistente nos Estados Unidos e os sinais de resiliência da economia americana têm levado o banco central a adotar uma postura mais cautelosa quanto a cortes nas taxas de juros, o que tem pressionado os mercados financeiros e aumentado a aversão ao risco.

Além disso, tensões geopolíticas em diferentes partes do mundo, como o prolongamento do conflito no Oriente Médio e incertezas em torno das eleições presidenciais nos EUA, têm contribuído para o aumento da demanda por ativos considerados porto seguro, como o ouro. Investidores institucionais e bancos centrais também vêm ampliando suas posições no metal precioso como forma de diversificação e proteção contra a volatilidade cambial e a desvalorização de moedas fiduciárias.

Segundo especialistas, o patamar atual do ouro reflete não apenas fatores conjunturais, mas também uma mudança estrutural na forma como o ativo é percebido pelos mercados globais. Estamos vendo uma reprecificação do ouro como reserva de valor em um cenário de incertezas prolongadas e políticas monetárias menos previsíveis, afirmou em nota o estrategista-chefe de commodities do ING, Warren Patterson.

Com o ouro superando os US$ 3.500 pela primeira vez, investidores agora se perguntam até onde o metal pode chegar. Embora alguns analistas alertem para uma possível correção no curto prazo, outros acreditam que o movimento de alta ainda tem espaço para continuar, especialmente se o Fed mantiver sua postura conservadora e os riscos geopolíticos persistirem.

O desempenho do ouro também tem impacto direto sobre os mercados emergentes, incluindo o Brasil, onde o metal é visto como uma alternativa de proteção cambial e instrumento de diversificação de reservas internacionais. Com a valorização do ouro, empresas do setor de mineração listadas na B3 também podem se beneficiar, impulsionando o desempenho do Ibovespa em meio à volatilidade global.

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