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O investidor bilionário Kyle Bass, fundador do fundo de hedge Hayman Capital Management, fez previsões contundentes sobre a economia global em entrevista recente. Segundo Bass, o iuan chinês deve sofrer uma desvalorização significativa nos próximos trimestres, acompanhando um cenário de desaceleração mais ampla da economia global. Ele também alertou para a iminência de uma possível recessão nos Estados Unidos, devido a políticas monetárias restritivas e ao enfraquecimento do consumo interno.

De acordo com Bass, o governo chinês está enfrentando crescentes dificuldades para sustentar o valor de sua moeda, o que deve levar a um enfraquecimento de até 20% do iuan em relação ao dólar americano. Essa desvalorização é motivada, segundo ele, por uma combinação de fatores como desaceleração no setor imobiliário chinês, fuga de capitais e queda nos investimentos estrangeiros. O investidor destacou que o Banco Popular da China tem sido obrigado a queimar reservas internacionais para manter o iuan artificialmente estável, processo que, segundo ele, será insustentável no médio prazo.

Bass apontou ainda que a política de estímulos econômicos implementada anteriormente pelo governo chinês tem se mostrado ineficaz para impulsionar o crescimento. A redução das exportações e do consumo interno chinês agrava o quadro de desaceleração, o que pode impactar diretamente outros mercados emergentes que dependem da demanda da China, incluindo o Brasil.

Nos Estados Unidos, o cenário também inspira cautela. O investidor acredita que a atual política monetária do Federal Reserve com taxas de juros elevadas terá efeitos negativos sobre o crédito e o poder de compra das famílias americanas, favorecendo a contração da economia. Segundo ele, indicadores como inadimplência crescente, redução na concessão de crédito e queda na confiança do consumidor podem sinalizar o início de uma recessão já no final de 2024, caso não haja uma flexibilização nos juros.

Apesar dos alertas, Bass considera que uma recessão em 2024, embora negativa no curto prazo, pode ser saudável para reequilibrar os excessos acumulados desde a pandemia de COVID-19. Ele defende que ajustes na economia, inclusive uma correção nos preços de ativos e imóveis, são necessários para sustentar um crescimento econômico mais sólido e sustentável nos próximos anos.

As declarações de Bass reforçam o sentimento de incerteza no mercado global, em um momento em que investidores e governos monitoram atentamente os rumos das duas principais economias do mundo. Os comentários também servem como alerta para países como o Brasil, que precisam se precaver contra choques externos e volatilidade cambial.

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