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Apesar da recente estabilidade nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, o banco ING avalia que o dólar americano pode enfrentar uma nova rodada de desvalorização nos próximos meses. Em relatório divulgado nesta terça-feira (15), analistas da instituição destacaram que o mercado cambial global pode estar subestimando a possibilidade de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed), o que tende a pressionar a moeda norte-americana.

Segundo o ING, embora os rendimentos dos Treasuries de 10 anos tenham se mantido relativamente estáveis nas últimas semanas, girando em torno de 4,40%, o dólar não conseguiu sustentar a força observada no início do ano. A expectativa de que o Fed possa iniciar um ciclo de afrouxamento monetário ainda em 2025, diante de sinais de desaceleração econômica nos EUA, tem contribuído para limitar os ganhos da divisa.

O mercado parece estar precificando um cenário em que o Fed manterá os juros elevados por mais tempo. No entanto, acreditamos que os dados econômicos recentes, especialmente os indicadores de inflação e atividade, apontam para uma flexibilização mais cedo do que o esperado, afirmaram os analistas do ING no relatório.

O banco também ressaltou que o comportamento do dólar frente a outras moedas desenvolvidas, como o euro e o iene, pode ser impactado por decisões de política monetária em outras economias. O Banco Central Europeu (BCE), por exemplo, já sinalizou que pode começar a cortar juros no segundo semestre de 2025, o que tende a reduzir o diferencial de taxas com os EUA e, consequentemente, enfraquecer o dólar frente ao euro.

Além disso, o ING observa que o apetite por risco nos mercados emergentes pode aumentar caso o Fed confirme uma postura mais dovish. Isso favoreceria moedas como o real brasileiro, o peso mexicano e o rand sul-africano, que já vêm apresentando desempenho positivo em 2025 diante da melhora no cenário macroeconômico global e da recuperação dos preços das commodities.

Se o Fed realmente iniciar um ciclo de cortes ainda neste ano, o dólar pode perder terreno de forma mais ampla, especialmente frente às moedas de países com fundamentos fiscais e externos mais sólidos, conclui o relatório.

Com isso, o ING mantém uma visão cautelosa em relação ao dólar no curto e médio prazo, recomendando atenção redobrada aos próximos dados de inflação e emprego nos EUA, que devem ser determinantes para a trajetória da política monetária americana e, por consequência, para o comportamento do câmbio global.

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