O dólar americano apresentou uma leve recuperação nesta quarta-feira, 23 de abril de 2025, após recentes quedas impulsionadas por expectativas de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos. Apesar do movimento de alta pontual, analistas do UBS mantêm uma perspectiva de fraqueza contínua para a moeda norte-americana ao longo dos próximos meses, refletindo mudanças no cenário macroeconômico global e nas políticas monetárias dos principais bancos centrais.
Segundo relatório divulgado pelo UBS, o dólar deve continuar sob pressão devido à expectativa de que o Federal Reserve (Fed) inicie um ciclo de afrouxamento monetário ainda no segundo semestre de 2025. A instituição financeira suíça projeta que o Fed poderá realizar até dois cortes de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros até o final do ano, o que tende a reduzir a atratividade do dólar frente a outras moedas.
O índice do dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas principais, subiu 0,2% nesta quarta-feira, após ter recuado cerca de 1,5% nas últimas duas semanas. A recuperação parcial ocorre em meio a dados econômicos mistos nos Estados Unidos, incluindo números mais fracos do setor industrial e sinais de desaceleração no mercado de trabalho, que reforçam a tese de que o Fed poderá adotar uma postura mais acomodatícia em breve.
Apesar da alta pontual, o UBS acredita que o dólar continuará a perder força, especialmente frente a moedas de países desenvolvidos cujos bancos centrais estão mantendo ou até mesmo elevando suas taxas de juros. O euro, por exemplo, tem se beneficiado da expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) manterá sua política monetária restritiva por mais tempo, diante de pressões inflacionárias persistentes na zona do euro.
Além disso, o UBS destaca que o iene japonês e o franco suíço também devem se valorizar frente ao dólar nos próximos meses, à medida que o Banco do Japão e o Banco Nacional da Suíça ajustam suas políticas monetárias para conter a inflação e estabilizar suas moedas. O real brasileiro, por sua vez, pode se beneficiar do enfraquecimento do dólar, especialmente se o Banco Central do Brasil mantiver uma abordagem cautelosa em relação aos cortes na taxa Selic.
Com esse cenário, investidores e analistas seguem atentos aos próximos dados econômicos dos Estados Unidos e às declarações de dirigentes do Fed, que devem fornecer pistas mais claras sobre o rumo da política monetária americana. Enquanto isso, o UBS reforça sua recomendação de posicionamento mais defensivo em relação ao dólar, apostando em uma tendência de desvalorização gradual da moeda ao longo de 2025.