A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou nesta segunda-feira (10) que a instituição está preparada para utilizar todos os seus instrumentos disponíveis a fim de garantir a estabilidade financeira da zona do euro. Durante discurso em uma conferência em Hanôver, Alemanha, Lagarde destacou que o BCE permanece vigilante frente às incertezas econômicas globais e às tensões nos mercados financeiros internacionais.
Segundo a dirigente da autoridade monetária, embora a inflação na zona do euro tenha apresentado sinais de queda nos últimos meses, ainda existem riscos relevantes, especialmente relacionados à persistência de pressões sobre os preços e à instabilidade geopolítica. Ela reforçou que o BCE continuará monitorando de perto os dados econômicos, adotando uma abordagem dependente dessas informações para tomar decisões futuras sobre sua política monetária.
Lagarde enfatizou que o BCE está pronto para ajustar suas ferramentas, incluindo as taxas de juros e operações de liquidez, conforme necessário, para enfrentar possíveis choques que possam ameaçar a confiança nos mercados financeiros ou a transmissão da política monetária. O compromisso da instituição, segundo ela, é garantir que a inflação retorne à meta de 2% no médio prazo, ao mesmo tempo em que assegura um funcionamento ordenado do sistema financeiro.
Durante sua fala, a presidente do BCE também mencionou que, apesar da desaceleração observada em algumas economias da zona do euro, há sinais de resiliência em setores-chave, como o de serviços. Por outro lado, a manufatura continua sendo afetada por custos elevados de energia, volatilidade geopolítica e incertezas relacionadas à demanda global.
No âmbito da política monetária, Lagarde não forneceu sinais claros sobre possíveis cortes nos juros nas próximas reuniões, mas reiterou que quaisquer movimentos serão guiados pelos dados econômicos disponíveis e pela avaliação da previsão da inflação. Atualmente, a taxa básica de juros da zona do euro está em 4,5%, após uma série de aumentos desde 2022 para conter a inflação elevada no pós-pandemia e após o início da guerra na Ucrânia.
O discurso de Lagarde ocorre em um momento em que investidores e analistas seguem atentos à postura dos principais bancos centrais do mundo, incluindo o BCE e o Federal Reserve, diante das perspectivas de desaceleração de suas economias. As declarações da presidente reforçam a mensagem de cautela e flexibilidade do BCE, mantendo todas as opções de política abertas para garantir tanto a estabilidade de preços quanto a financeira na região do euro.