Banco Central da Rússia mantém juros em 21% com inflação em queda

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O Banco Central da Rússia decidiu nesta sexta-feira, 25 de abril de 2025, manter sua taxa básica de juros em 21%, sinalizando uma postura cautelosa diante da recente desaceleração da inflação no país. A decisão, amplamente esperada pelos analistas de mercado, reflete a estratégia da autoridade monetária russa de conter pressões inflacionárias persistentes, mesmo diante de sinais de alívio nos preços ao consumidor.

Segundo comunicado divulgado após a reunião do conselho de política monetária, o Banco Central destacou que, embora a inflação tenha mostrado sinais de desaceleração nas últimas semanas, os riscos inflacionários permanecem elevados, especialmente devido à demanda doméstica aquecida e à escassez de mão de obra em diversos setores da economia. A instituição reiterou que a taxa de juros permanecerá em níveis elevados por um período prolongado, até que a inflação convirja de forma sustentável para a meta de 4% ao ano.

Dados recentes apontam que a inflação anual na Rússia recuou para 7,5% em março de 2025, após atingir picos superiores a 8% no final de 2024. Apesar da melhora, o índice ainda está significativamente acima da meta estabelecida pelo Banco Central, o que justifica a manutenção da política monetária restritiva. A autoridade monetária também ressaltou que as expectativas de inflação de empresas e consumidores continuam elevadas, o que pode dificultar a ancoragem dos preços no médio prazo.

Desde julho de 2023, o Banco Central russo iniciou um ciclo de aperto monetário, elevando gradualmente a taxa básica de juros de 7,5% para os atuais 21%. O movimento foi impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo a desvalorização do rublo, o aumento dos gastos públicos e o crescimento acelerado do crédito ao consumo. A política monetária agressiva tem como objetivo conter a demanda interna e estabilizar o câmbio, contribuindo para a desaceleração da inflação.

No comunicado desta sexta-feira, a presidente do Banco Central da Rússia, Elvira Nabiullina, afirmou que a instituição continuará monitorando atentamente os indicadores econômicos e está preparada para ajustar a taxa de juros, caso os riscos inflacionários se intensifiquem. Ela também destacou que o crescimento econômico do país segue resiliente, impulsionado principalmente pelo setor industrial e pelos investimentos públicos, o que permite ao banco manter sua estratégia de combate à inflação sem comprometer a atividade econômica.

O mercado financeiro russo reagiu com estabilidade à decisão, com o rublo mantendo-se relativamente firme frente ao dólar e os rendimentos dos títulos públicos de longo prazo apresentando leve queda. Analistas avaliam que, caso a inflação continue em trajetória de queda nos próximos meses, o Banco Central poderá iniciar um ciclo de flexibilização monetária no segundo semestre de 2025.

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