Na manhã desta terça-feira, 29 de abril de 2025, os contratos futuros de gás natural registraram queda durante a sessão europeia, refletindo um movimento de realização de lucros e expectativas mais brandas quanto à demanda no curto prazo. De acordo com dados da plataforma ieconomia.com, os futuros do gás natural para entrega em junho, negociados na Bolsa Mercantil de Nova York (NYMEX), recuaram 1,06%, sendo cotados a US$ 1,84 por milhão de unidades térmicas britânicas (MMBtu) às 06h35 (horário de Brasília).
O movimento de baixa ocorre após uma sequência de ganhos recentes, impulsionados por previsões meteorológicas que indicavam temperaturas mais elevadas nos Estados Unidos, o que poderia aumentar a demanda por energia elétrica para refrigeração. No entanto, com a aproximação do mês de maio e a expectativa de temperaturas mais amenas em diversas regiões norte-americanas, os investidores passaram a revisar suas projeções, reduzindo a pressão compradora sobre o ativo.
Além disso, os estoques de gás natural nos EUA permanecem em níveis confortáveis, o que também contribui para o atual cenário de baixa nos preços. Segundo o último relatório da Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA, na sigla em inglês), os estoques aumentaram em 92 bilhões de pés cúbicos na semana encerrada em 18 de abril, superando as expectativas do mercado. Esse dado reforça a percepção de que a oferta segue robusta, mesmo diante de oscilações na demanda.
O mercado também acompanha com atenção os desdobramentos geopolíticos e os impactos sobre o setor energético global. Embora os conflitos no Oriente Médio e as tensões entre Rússia e Europa continuem no radar dos investidores, o gás natural tem mostrado menor sensibilidade a esses fatores nas últimas semanas, em comparação com o petróleo, por exemplo.
Em termos técnicos, analistas apontam que o suporte imediato para os contratos de gás natural está em US$ 1,82 por MMBtu, enquanto a resistência mais próxima se encontra em US$ 1,89. A quebra abaixo do suporte pode abrir espaço para novas quedas, especialmente se os dados climáticos e de armazenamento continuarem a indicar um cenário de oferta confortável e demanda moderada.
Com a chegada do verão no hemisfério norte ainda algumas semanas à frente, o mercado segue atento às atualizações meteorológicas e aos relatórios semanais da EIA, que devem continuar a influenciar o comportamento dos preços. Por ora, o sentimento predominante é de cautela, com os investidores ajustando suas posições diante de um cenário de menor volatilidade e fundamentos mais equilibrados.
