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O banco suíço UBS revisou para baixo sua previsão de crescimento na demanda global por petróleo em 2024, com estimativas agora apontando para um aumento de apenas 1 milhão de barris por dia (bpd), ante os 1,2 milhão de bpd anteriormente projetados. A decisão ocorre em meio a um contexto de incertezas econômicas e tensões comerciais, especialmente após os Estados Unidos anunciarem tarifas adicionais sobre veículos elétricos e componentes vindos da China.

Segundo o relatório do UBS publicado nesta segunda-feira (20), as novas tarifas norte-americanas podem impactar diretamente a atividade industrial global, reduzindo o ritmo do comércio internacional e, consequentemente, afetando negativamente o consumo de energia, incluindo o petróleo. O banco destacou que o conflito comercial sino-americano pode retardar os investimentos e minar a confiança dos consumidores e empresas, fatores essenciais para a expansão da demanda por combustíveis fósseis.

A menor projeção de crescimento da demanda coincide com um ambiente de mercado caracterizado por oscilações nos preços do petróleo. Em meio às preocupações com o crescimento mais fraco e estoques mais altos do que o esperado nos Estados Unidos, os preços do barril vêm enfrentando pressão. Nesta semana, o barril do Brent acumula queda, refletindo os temores de um excesso de oferta diante de uma demanda mais fraca do que o previsto.

O UBS também apontou que outros fatores macroeconômicos vêm contribuindo para um cenário de menor consumo de petróleo. A desaceleração da economia chinesa, impulsionada pelo setor imobiliário em crise e pela fraca confiança dos consumidores, tem limitado o crescimento esperado da demanda no segundo maior país consumidor da commodity. Além disso, os juros elevados em importantes economias, como os EUA e a União Europeia, dificultam a recuperação econômica e podem restringir o consumo energético.

Nesse contexto, o banco reforça uma perspectiva de preços mais moderados para o petróleo nos próximos meses. O UBS prevê que o barril do Brent deve ficar entre US$ 80 e US$ 90 no médio prazo, dependendo da evolução da política da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados), sobretudo em relação aos cortes de produção, e da trajetória da economia global nos próximos trimestres.

Em resumo, a nova previsão do UBS sinaliza um arrefecimento nas expectativas quanto à recuperação da demanda mundial por petróleo em 2024, influenciada por uma combinação de desafios geopolíticos e econômicos. O mercado de energia, portanto, seguirá atento aos desdobramentos da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo e aos indicadores de crescimento global.

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