São Paulo, quarta-feira, 07 de maio de 2025 Em meio às discussões sobre a reforma tributária no Brasil, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) manifestou-se contrária à proposta de aumentar a tributação sobre empresas para compensar a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas. A entidade considera que essa medida seria um «grave erro» e poderia prejudicar a competitividade do setor produtivo nacional.
Atualmente, o governo federal estuda formas de viabilizar a ampliação da faixa de isenção do IR, uma promessa de campanha que visa beneficiar a classe média e estimular o consumo interno. No entanto, a proposta de compensar essa renúncia fiscal com um aumento na carga tributária sobre as empresas tem gerado polêmica entre empresários e economistas.
Em nota divulgada nesta quarta-feira, a Fiesp argumentou que elevar os impostos sobre as empresas poderia desencorajar investimentos e afetar negativamente a geração de empregos. «Aumentar a carga tributária sobre o setor produtivo em um momento de recuperação econômica é um contrassenso. Precisamos de medidas que incentivem o crescimento e não que o sufoquem», afirmou a entidade.
O presidente da Fiesp, Carlos Eduardo de Oliveira, destacou que o Brasil já possui uma das maiores cargas tributárias do mundo, o que compromete a competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional. «Precisamos de um ambiente de negócios mais favorável, com menos burocracia e impostos mais justos. Tributar ainda mais as empresas é caminhar na direção oposta», disse Oliveira.
Especialistas em economia também têm se manifestado sobre o tema. Para a economista Ana Paula Ribeiro, a proposta de aumentar a tributação sobre empresas pode ter efeitos adversos sobre a economia. «O aumento de impostos sobre as empresas pode ser repassado para os preços dos produtos, gerando inflação e reduzindo o poder de compra da população», explicou.
Por outro lado, defensores da medida argumentam que é necessário encontrar fontes de receita para compensar a perda arrecadatória decorrente da ampliação da faixa de isenção do IR. Eles afirmam que a tributação sobre empresas é uma forma de garantir que o ônus da reforma não recaia apenas sobre os trabalhadores.
O governo ainda não apresentou uma proposta final sobre como será feita a compensação da renúncia fiscal, mas a expectativa é que o tema seja debatido no Congresso Nacional nas próximas semanas. Enquanto isso, a Fiesp e outras entidades do setor produtivo prometem intensificar o diálogo com parlamentares para evitar o aumento da carga tributária sobre as empresas.
O desenrolar dessa discussão será crucial para definir os rumos da economia brasileira nos próximos anos, e o ieconomia.com continuará acompanhando de perto todos os desdobramentos dessa importante pauta econômica.