China nega negociações tarifárias com EUA, diz Ministério do Comércio

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Pequim nega envolvimento em negociações tarifárias com os EUA, em meio a tensões comerciais

Em meio a crescentes especulações sobre uma possível retomada das negociações comerciais entre China e Estados Unidos, o Ministério do Comércio chinês negou nesta quinta-feira, 24 de abril de 2025, qualquer envolvimento atual em tratativas tarifárias com Washington. A declaração oficial foi feita após relatos da imprensa internacional sugerirem que os dois países estariam discutindo a redução de tarifas impostas durante a guerra comercial iniciada em 2018.

Segundo o porta-voz do Ministério do Comércio da China, He Yadong, não há negociações em andamento com os Estados Unidos sobre questões tarifárias. A afirmação foi feita durante uma coletiva de imprensa regular, em resposta a perguntas sobre possíveis conversas bilaterais. He reiterou que a posição da China permanece inalterada e que o país defende a eliminação completa das tarifas adicionais impostas unilateralmente pelos EUA.

As declarações ocorrem em um momento de incerteza nas relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo. Desde o início de 2025, analistas vinham observando sinais de uma possível reaproximação entre Pequim e Washington, especialmente após mudanças na política comercial norte-americana promovidas pelo governo do presidente Joe Biden. No entanto, a negativa chinesa indica que qualquer progresso nesse sentido ainda está distante.

Durante os últimos anos, as tarifas impostas por ambos os lados afetaram significativamente o comércio bilateral, impactando cadeias de suprimentos globais e aumentando os custos para empresas e consumidores. Em 2020, os dois países chegaram a assinar a chamada Fase Um do acordo comercial, que previa a redução de algumas tarifas e o aumento das compras chinesas de produtos norte-americanos. No entanto, o acordo não avançou para uma segunda fase, e muitas tarifas permanecem em vigor até hoje.

O governo chinês tem reiterado que qualquer negociação futura deve ser baseada em princípios de igualdade e respeito mútuo. A China sempre acreditou que a remoção completa das tarifas adicionais é do interesse dos dois países e do mundo, afirmou He Yadong. Ele também destacou que a China continuará monitorando de perto as políticas comerciais dos Estados Unidos e responderá de acordo com seus próprios interesses econômicos e de desenvolvimento.

Com a negativa oficial de Pequim, os mercados financeiros reagiram com cautela. O yuan apresentou leve desvalorização frente ao dólar, enquanto bolsas asiáticas fecharam em queda moderada. Investidores agora aguardam novos sinais de Washington sobre possíveis iniciativas para retomar o diálogo comercial com a China.

Enquanto isso, especialistas alertam que a ausência de negociações pode prolongar a incerteza econômica global, especialmente em setores como tecnologia, manufatura e agricultura, que dependem fortemente do comércio entre os dois países.

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