Uma entidade suspeita de envolvimento em fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) teve um crescimento exponencial em sua arrecadação nos últimos anos, segundo informações divulgadas por autoridades federais. A organização, que está sob investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, viu sua receita saltar de R$ 135 mil em 2018 para impressionantes R$ 9,1 milhões em 2023.
A entidade, que se apresenta como uma associação de apoio a segurados, é acusada de operar um esquema de fraudes previdenciárias por meio da intermediação de benefícios do INSS. De acordo com as investigações, o grupo utilizava documentos falsos e informações manipuladas para obter concessões indevidas de aposentadorias e auxílios, especialmente por invalidez e por tempo de contribuição.
O aumento expressivo na arrecadação chamou a atenção dos órgãos de controle. Em apenas cinco anos, a receita da entidade cresceu mais de 6.600%, o que levantou suspeitas sobre a origem dos recursos e a legalidade das atividades desempenhadas. Segundo os investigadores, parte significativa do montante arrecadado vinha da cobrança de taxas e mensalidades de associados, muitos dos quais eram induzidos a acreditar que a filiação era necessária para obter benefícios previdenciários.
As autoridades apontam que a entidade atuava principalmente em regiões do Nordeste e do Sudeste, com forte presença em cidades de médio porte. A operação, batizada de «Falso Amparo», foi deflagrada em março de 2025 e resultou no cumprimento de mandados de busca e apreensão em diversos estados. Documentos, computadores e registros financeiros foram apreendidos para análise.
Além das fraudes contra o INSS, os investigadores apuram possíveis crimes de estelionato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. A Receita Federal também participa da apuração, com foco na movimentação financeira da entidade e de seus dirigentes.
O prejuízo estimado aos cofres públicos ainda está sendo calculado, mas fontes ligadas à investigação indicam que pode ultrapassar R$ 50 milhões. O INSS, por sua vez, informou que está revisando os benefícios concedidos com intermediação da entidade e que medidas administrativas já estão sendo tomadas para suspender pagamentos suspeitos.
Em nota, o Ministério da Previdência Social reforçou o compromisso com o combate a fraudes e destacou a importância da colaboração entre os órgãos de fiscalização. A pasta também orienta os segurados a buscarem informações diretamente nos canais oficiais do INSS e a evitarem intermediários não autorizados.
O caso segue em investigação e novas fases da operação não estão descartadas pelas autoridades.