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Meta enfrenta julgamento antitruste que pode mudar panorama das big techs

Nesta segunda-feira, 14 de abril de 2025, tem início nos Estados Unidos um dos julgamentos mais esperados do setor de tecnologia: a Meta Platforms, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, enfrentará acusações antitruste movidas pela Comissão Federal de Comércio norte-americana (FTC). A ação, que tramita desde 2020, pode resultar na cisão das operações da gigante tecnológica, forçando-a a se desfazer de duas de suas aquisições mais emblemáticas  Instagram e WhatsApp.

O processo liderado pela FTC, sob comando da presidente Lina Khan, sustenta que a Meta adotou uma postura sistemática de eliminação da concorrência, utilizando aquisições estratégicas para preservar sua dominância no mercado de redes sociais. O Instagram foi comprado por US$ 1 bilhão em 2012 e o WhatsApp por US$ 19 bilhões em 2014  negócios que, de acordo com os reguladores, representaram uma tática deliberada para neutralizar potenciais rivais.

Segundo os procuradores federais, as aquisições eliminam opções inovadoras para os consumidores e dificultam a emergência de novos concorrentes. Caso o julgamento leve à quebra da empresa, poderá estabelecer um precedente inédito desde a separação da AT&T na década de 1980. Especialistas do setor jurídico e econômico observam atentamente o desfecho, que poderá redefinir os limites regulatórios para empresas de tecnologia nos Estados Unidos e globalmente.

A Meta, por sua vez, contesta fortemente as acusações. Em declarações recentes, seus representantes afirmaram que o sucesso do Instagram e do WhatsApp se deve a investimentos e inovações implementadas após suas aquisições. A empresa alega que a ação da FTC ignora o processo regular de aprovação por parte das autoridades antitruste na época das compras e alerta para um risco à inovação e à competitividade no setor caso medidas excessivamente punitivas sejam adotadas.

O julgamento ocorre num momento em que governos ao redor do mundo intensificam o escrutínio sobre as big techs. A União Europeia, por exemplo, também vem aplicando regulações mais rigorosas sobre práticas anticoncorrenciais de grandes plataformas digitais. Já no Brasil, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) acompanha os desdobramentos internacionais, atento a possíveis implicações sobre o mercado nacional.

Analistas apontam que, embora o julgamento possa se estender por semanas ou até meses, qualquer decisão terá impactos de longo prazo no setor. Uma eventual separação das plataformas poderia afetar não apenas a estrutura corporativa da Meta, mas também estratégias de monetização, gestão de dados e publicidade digital.

ieconomia.com/brasil seguirá acompanhando de perto o caso e trará atualizações conforme o processo se desenrola nos tribunais norte-americanos.

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