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As vendas no varejo da Alemanha registraram uma leve retração em março de 2025, conforme dados preliminares divulgados nesta quarta-feira, 30 de abril, pelo Departamento Federal de Estatísticas do país (Destatis). De acordo com o relatório, o volume de vendas caiu 0,2% em relação a fevereiro, ajustado sazonalmente e por calendário. O resultado veio abaixo das expectativas do mercado, que projetava uma alta de 0,4% para o período.

Na comparação anual, ou seja, em relação a março de 2024, o recuo foi mais acentuado, com uma queda de 1,3% nas vendas do varejo alemão. O dado reforça os sinais de fraqueza no consumo das famílias, que continua sendo impactado por fatores como a inflação persistente, juros elevados e incertezas econômicas no cenário europeu.

O desempenho negativo de março interrompe uma sequência de dois meses consecutivos de crescimento nas vendas do setor, após avanços de 1,1% em janeiro e 1,0% em fevereiro. Apesar disso, analistas destacam que o consumo interno ainda não conseguiu se recuperar plenamente dos efeitos da crise inflacionária que atingiu a zona do euro nos últimos anos.

Entre os segmentos que mais contribuíram para o resultado negativo estão os supermercados e lojas de alimentos, que registraram queda de 1,1% nas vendas em março. Já o comércio de produtos não alimentícios, como vestuário, eletrônicos e móveis, apresentou estabilidade no mês, sem variação significativa.

O comércio eletrônico, por sua vez, teve leve alta de 0,3% em março, mantendo a tendência de crescimento observada nos últimos trimestres. No entanto, o avanço não foi suficiente para compensar as perdas em outras categorias do varejo físico.

Economistas avaliam que o desempenho fraco do varejo alemão reflete a cautela dos consumidores diante de um ambiente econômico ainda incerto. A inflação na Alemanha, embora em trajetória de desaceleração, permanece acima da meta de 2% estabelecida pelo Banco Central Europeu (BCE), o que limita o poder de compra das famílias.

Além disso, as taxas de juros elevadas mantidas pelo BCE como forma de conter a inflação também têm impacto negativo sobre o consumo, ao encarecer o crédito e desestimular gastos. A expectativa do mercado é de que o banco central possa iniciar um ciclo de cortes de juros ainda no segundo semestre de 2025, o que poderia impulsionar a demanda interna.

Com o resultado de março, o setor varejista alemão segue sob pressão, e os próximos meses serão decisivos para avaliar se o consumo das famílias conseguirá ganhar fôlego e contribuir para a recuperação econômica da maior economia da Europa.

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