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As reservas internacionais da Argentina registraram um aumento significativo nesta semana, impulsionadas por um novo desembolso do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo dados divulgados pelo Banco Central da República Argentina (BCRA), o montante total das reservas subiu para US$ 36,8 bilhões, refletindo a entrada de recursos provenientes do organismo multilateral.

O acréscimo nas reservas foi resultado direto do recente aporte de US$ 800 milhões feito pelo FMI, como parte do programa de financiamento acordado com o governo argentino. Esse programa, que tem como objetivo apoiar a estabilidade macroeconômica do país, prevê desembolsos condicionados ao cumprimento de metas fiscais e monetárias. O último repasse foi aprovado após uma avaliação positiva do desempenho econômico da Argentina no primeiro trimestre de 2025.

Com esse reforço, o nível das reservas internacionais atinge o maior patamar desde o início de 2024, quando o país enfrentava uma grave crise cambial e dificuldades para honrar compromissos externos. A recuperação gradual das reservas tem sido uma das prioridades da equipe econômica liderada pelo ministro da Economia, Luis Caputo, que busca restaurar a confiança dos mercados e estabilizar o peso argentino.

Além do aporte do FMI, o BCRA também tem adotado medidas para conter a volatilidade cambial e fortalecer sua posição externa. Entre essas ações estão a manutenção de uma política monetária restritiva, a limitação da demanda por dólares no mercado oficial e a renegociação de dívidas com credores internacionais. O governo também tem buscado ampliar as exportações e atrair investimentos estrangeiros diretos como forma de gerar divisas.

Apesar do alívio momentâneo proporcionado pelo ingresso dos recursos do FMI, analistas alertam que a situação econômica da Argentina ainda exige cautela. A inflação acumulada nos últimos 12 meses segue acima de 200%, e o país enfrenta desafios estruturais como o déficit fiscal, a baixa produtividade e a elevada informalidade no mercado de trabalho. O próprio FMI, em seu relatório mais recente, destacou a necessidade de avanços consistentes nas reformas econômicas para garantir a sustentabilidade do programa.

O próximo desembolso do FMI está previsto para julho de 2025, condicionado à continuidade do cumprimento das metas estabelecidas. Até lá, o governo argentino terá de manter o equilíbrio entre o ajuste fiscal e a preservação do crescimento econômico, em um cenário ainda marcado por incertezas políticas e sociais.

Com o reforço nas reservas, o governo espera também reduzir a pressão sobre o mercado paralelo de câmbio, onde o dólar vinha sendo negociado a valores significativamente superiores ao oficial. A expectativa é que a maior disponibilidade de divisas contribua para a normalização do mercado e a redução das expectativas inflacionárias.

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