O dólar iniciou o pregão desta segunda-feira (10) com leve alta frente ao real, refletindo a cautela dos investidores diante dos desdobramentos da política comercial dos Estados Unidos. O foco principal dos mercados está na expectativa por uma possível pausa na imposição de novas tarifas norte-americanas sobre produtos chineses, medida que pode trazer alívio temporário às tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Por volta das 9h10, o dólar comercial registrava valorização em torno de 0,15%, sendo negociado próximo de R$ 4,10. No mercado de contratos futuros da B3, o dólar para julho também registrava leve avanço, sinalizando um início de sessão pautado pela busca de proteção diante das incertezas externas.
A expectativa do mercado gira em torno do possível adiamento, por parte do presidente dos EUA, Donald Trump, da aplicação de tarifas adicionais a produtos da China que estavam programadas para entrar em vigor nos próximos dias. Segundo informações da imprensa internacional, Washington poderia suspender temporariamente algumas dessas medidas se houver avanço nas negociações com Pequim. A decisão é esperada ainda nesta semana e pode influenciar substancialmente os rumos do mercado cambial global.
A cautela internacional também reflete no mercado brasileiro, que tem operado com maior volatilidade nos últimos dias. Internamente, os investidores seguem atentos às movimentações em torno da reforma da Previdência no Congresso Nacional. A aprovação do texto na Comissão Especial da Câmara, prevista para os próximos dias, segue como principal fator doméstico de influência sobre o comportamento do câmbio e dos ativos financeiros.
Além disso, o mercado está de olho em possíveis declarações de membros do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, que podem fornecer pistas sobre a condução da política monetária norte-americana nos próximos meses. A possibilidade de cortes nos juros por parte do Fed segue no radar e pode alterar a atratividade dos ativos em dólares, afetando as moedas emergentes, como o real.
Analistas destacam que a trajetória do câmbio nos próximos dias dependerá fundamentalmente das sinalizações de Washington em relação à disputa comercial e das perspectivas para a reforma da Previdência no Brasil. Enquanto não houver maior clareza sobre esses temas, o mercado cambial deve continuar operando em compasso de espera, com oscilações moderadas e sensível a qualquer novidade de impacto político ou econômico.
Com isso, a moeda norte-americana sustenta um viés ligeiramente positivo nesta abertura de semana, em meio a um cenário internacional ainda incerto e atento às decisões dos EUA, enquanto os investidores nacionais monitoram o avanço das reformas estruturais em Brasília.
